da Agência Brasil
Indígenas aliados a produtores de arroz, moradores do distrito de Surumu (RR), área de maior tensão entre índios favoráveis e contrários à demarcação contínua da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, apresentaram ontem relatório com denúncias a um grupo de parlamentares. O texto trata de uma suposta atuação parcial da Polícia Federal a favor do grupo ligado ao CIR (Conselho Indígena de Roraima).
De acordo com a funcionária da subprefeitura do distrito de Surumu, Genilza de Ambrósio, os moradores que defendem a permanência dos arrozeiros "estão se sentindo desamparados, sem apoio da PF ou da Força Nacional de Segurança".
No relato, entregue ao senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e a deputados da Assembléia Legislativa de Roraima, o grupo acusa a PF de revistar apenas veículos ligados aos agricultores e liberar a entrada, sem restrições, de pessoas e caminhões a serviço do CIR.
"Somos discriminados. A Polícia Federal come e convive em parceria com o pessoal do CIR. Com a gente o tratamento é outro. Nós é que fazemos a nossa própria segurança", afirmou.
No texto, os moradores também argumentam que há interferência de entidades estrangeiras, como as organizações não-governamentais Greenpeace, Amigos da Terra e WWF em defesa da demarcação contínua. "Dos padres, da Igreja Católica também. Fazem de tudo para excluir as famílias que trabalham com os agricultores".
Procurada pela reportagem, a assessoria da Polícia Federal afirmou que apenas o superintendente da corporação em Roraima, José Maria da Fonseca, pode responder sobre a atuação da PF na região indígena, mas está em viagem a trabalho. O Conselho Indígena de Roraima afirmou que nenhum dos diretores da entidade estaria disponível para comentar as denúncias do relatório hoje.
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