quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Crise deve fazer Brasil se tornar a oitava maior economia do mundo

Projeção é de consultoria britânica. Antes, país ocupava 10ª posição

Nida Rego*

 

LONDRES e RIO. A crise deve contribuir para o Brasil subir duas posições no ranking das maiores economias mundiais, chegando ao oitavo lugar em 2009, segundo pesquisa da consultoria britânica Centro para Pesquisas Econômicas e de Negócios (CEBR na sigla em inglês) publicada pela "BBC". Com isso, o país vai ultrapassar dois países com forte impacto da crise: a Espanha, que cairá para o nono lugar, e o Canadá, que passará de nono para 13º no ranking.

Apesar da melhor posição no ranking, a avaliação da consultoria é que o Brasil também sofrerá redução do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) em dólares entre 2008 e 2009, de US$1,7 trilhão para US$1,59 trilhão. Será possível subir duas posições na lista porque a queda do PIB nas demais economias será mais acentuada.

Segundo a CEBR, o Brasil seria um dos menos atingidos pela crise. Mas a previsão é que o país enfrente dois trimestres fracos. O relatório aponta as economias do Reino Unido e da Itália como as mais afetadas pela crise, ao prever que os dois países levariam 18 trimestres para retornar ao nível registrado no pico.

 

Economistas: expansão de até 6% do PIB no 3º trimestre

O IBGE divulga hoje o resultado do terceiro trimestre do PIB. Economistas ouvidos pelo GLOBO projetam crescimento entre 5% e 6% em relação a igual trimestre de 2007, com alta de até 1,4% em comparação ao trimestre anterior, mas já inferior ao crescimento de 1,6% registrado no segundo trimestre em relação ao primeiro.

Para Fernando Sampaio, sócio-diretor da LCA, a estimativa para 2008, no início do ano, era de 4,5%, mas foi revista para 5,2% com o forte crescimento do primeiro semestre. Com a previsão de que a crise será sentida no Brasil no quarto trimestre, a projeção é de 5%.

- Mas esses números podem ser alterados depois que o IBGE divulgar amanhã (hoje) os dados revistos do ano passado. O PIB do terceiro trimestre ficou velho diante do novo cenário e é um dado pouco relevante neste momento. Já as revisões de 2007 são importantes porque servem como matéria-prima para calibrar as próximas projeções - explicou Sampaio, que projeta alta de 3% do PIB do Brasil em 2009, em um cenário benigno, e de 1,9%, em um cenário maligno.

Alexandre Maia, economista-chefe de empresa da GAP, não mudou as previsões para o terceiro trimestre e espera um crescimento de 5,6%, com alta de 1,2% em relação ao trimestre anterior, números ainda pré-crise. Para 2009, espera forte desaceleração da economia, com o PIB no patamar de 2%, mas não se considera um pessimista.

Elson Telles, economista-chefe da corretora Concórdia, prevê queda de 0,2% no quarto trimestre sobre o terceiro, mas aguardará a produção industrial de novembro para fechar a projeção de 2009.

Nenhum comentário: