Governador de Roraima baixa o tom depois de votos de ministros e promete diálogo
Brasília - O governador de Roraima, José de Anchieta Júnior (PSDB), admitiu ontem, em Boa Vista, que buscará uma reabertura de diálogo com o Conselho Indígena de Roraima (CIR) após o Supremo Tribunal Federal ter sinalizado que deverá manter a demarcação contínua da Terra Indígena Raposa/Serra do Sol.
– Não podemos radicalizar – explicou Anchieta. – Temos sempre, como gestores, que buscar alternativas que tragam consenso e bem-estar. Devemos buscar uma solução que atenda a índios e não-índios, quem sai e quem fica na região.
O governador deve se reunir durante a tarde de hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Anchieta, os assuntos da reunião serão questões fundiárias e ambientais, e não a situação da Terra Indígena Raposa/Serra do Sol, porque, segundo ele, "a questão está judicializada".
Apesar do discurso conciliador de agora, na última segunda-feira Anchieta Júnior fez duras críticas ao CIR e ao governo federal. O governador afirmou que os índios seriam manipulados por organizações não-governamentais para favorecer interesses estrangeiros, em um processo que contaria com a conivência de órgãos federais.
Sem acirramento
O ministro da Justiça, Tarso Genro, também apostou no tom conciliador. Genro disse que o governo não teme o acirramento de conflitos em Roraima depois do adiamento da decisão do STF.
– Da nossa parte não há nenhum acirramento – garantiu, ao participar de evento na Câmara dos Deputados.
O ministro, contudo, não deixou de cutucar o governador Anchieta, a quem, dias atrás, atribuiu a intenção de estimular o conflito na região. – Temos paciência, diálogo e atenção às decisões dos tribunais. Esse é o melhor remédio para situações de conflito. Não adianta fazer provocação, dizer que vai haver conflito, querer estimular conflito, não vamos cair em nenhum tipo de provocação.
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Luiz Fernando Corrêa, disse ontem, no Rio de Janeiro, que será preciso aguardar a decisão definitiva do STF para dar início a qualquer operação na reserva indígena.
– Vamos continuar lá presentes, mantendo a ordem, mas temos que aguardar a decisão final. Tudo indica que haverá demarcação contínua, mas precisamos do ato judicial. (Com agências)
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