Índios e arrozeiros mostram clima de tensão um dia antes da decisão do STF sobre demarcação de Raposa Serra do Sol
Evandro Éboli e Maria Lima
BOA VISTA e BRASÍLIA. Na véspera do julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, as duas partes em conflito deram declarações de guerra ontem, mostrando como o clima está acirrado. De plantão em Brasília para acompanhar o julgamento, o líder dos produtores de arroz Paulo César Quartiero advertiu que haverá um conflito sangrento na reserva se a decisão do STF for desfavorável aos arrozeiros e a Polícia Federal decidir tirá-los "na marra".
- O governo sempre tentou nos tirar na marra. Mas na marra não vai dar não! A decisão do Supremo só define se a demarcação é legal ou não. Não discutirão como vão retirar as pessoas do local. Se o governo quer nos tocar na marra, vai ter que passar por cima de nós - disse.
Em Boa Vista, os índios ligados ao Conselho Indigenista de Roraima (CIR) advertiram que não pretendem esperar muito tempo para que os arrozeiros deixem a reserva, caso o STF decida pela demarcação contínua. O coordenador-geral do CIR, Dionito de Souza, disse que o prazo para a saída dos fazendeiros será de 60 dias.
- É tempo suficiente para que todos esses invasores deixem a reserva. Eles têm carros, têm máquinas e têm muitos empregados. Podem sair de lá rapidinho - disse Dionito.
Quartiero disse que o governo federal está instalando em Roraima o "terrorismo de estado", e que os arrozeiros não vão abrir mão de lutar contra a demarcação contínua. Afirmou ainda que não teme ser chamado de terrorista por defender a permanência dos agricultores.
- Se defender o interesse pessoal, o patrimônio, o suor de seu trabalho, o estado de Roraima é ser terrorista, então eu sou terrorista - disse Quartiero, que se reuniu com o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), o líder do PR na Câmara, Luciano Castro (RR), e outros parlamentares do seu estado.
Dionito disse que os índios não deixarão a reserva se a decisão do STF for contrária:
- Nosso povo está lá há muitos anos. Não vamos sair de uma terra que é nossa.
Evandro Éboli e Maria Lima
BOA VISTA e BRASÍLIA. Na véspera do julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, as duas partes em conflito deram declarações de guerra ontem, mostrando como o clima está acirrado. De plantão em Brasília para acompanhar o julgamento, o líder dos produtores de arroz Paulo César Quartiero advertiu que haverá um conflito sangrento na reserva se a decisão do STF for desfavorável aos arrozeiros e a Polícia Federal decidir tirá-los "na marra".
- O governo sempre tentou nos tirar na marra. Mas na marra não vai dar não! A decisão do Supremo só define se a demarcação é legal ou não. Não discutirão como vão retirar as pessoas do local. Se o governo quer nos tocar na marra, vai ter que passar por cima de nós - disse.
Em Boa Vista, os índios ligados ao Conselho Indigenista de Roraima (CIR) advertiram que não pretendem esperar muito tempo para que os arrozeiros deixem a reserva, caso o STF decida pela demarcação contínua. O coordenador-geral do CIR, Dionito de Souza, disse que o prazo para a saída dos fazendeiros será de 60 dias.
- É tempo suficiente para que todos esses invasores deixem a reserva. Eles têm carros, têm máquinas e têm muitos empregados. Podem sair de lá rapidinho - disse Dionito.
Quartiero disse que o governo federal está instalando em Roraima o "terrorismo de estado", e que os arrozeiros não vão abrir mão de lutar contra a demarcação contínua. Afirmou ainda que não teme ser chamado de terrorista por defender a permanência dos agricultores.
- Se defender o interesse pessoal, o patrimônio, o suor de seu trabalho, o estado de Roraima é ser terrorista, então eu sou terrorista - disse Quartiero, que se reuniu com o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), o líder do PR na Câmara, Luciano Castro (RR), e outros parlamentares do seu estado.
Dionito disse que os índios não deixarão a reserva se a decisão do STF for contrária:
- Nosso povo está lá há muitos anos. Não vamos sair de uma terra que é nossa.
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