Cacique alerta para mortes e diz esperar que demarcação seja mantida
Mariângela Gallucci
BRASÍLIA - Com faixas de protesto e entoando palavras de ordem, 42 índios que vivem na região da reserva Raposa Serra do Sol estiveram ontem em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), na Praça dos Três Poderes. A mobilização pediu que a corte mantenha na íntegra a demarcação da reserva, localizada no Estado de Roraima.
“Estamos confiantes. Na Constituição tem o artigo 231, que defende o povo indígena. Com certeza, o STF vai decidir por nós”, disse o cacique Djacir Melchior da Silva. O cacique reclamou que de 1977 até hoje 21 índios foram mortos na região da reserva. Ele disse que alguns indígenas foram acusados por parte dessas mortes nesse período, mas contestou: “Nunca fizemos justiça com as próprias mãos.” Enquanto o cacique dava entrevista, a maioria dos índios dançava, cantava e carregava faixas com frases sobre o julgamento de hoje.
“Eu não sou grileiro, eu sou índio brasileiro”, “Terra indígena Raposa Serra do Sol, contínua e constitucional” e “Supremo, preserve a Constituição, mantenha os direitos constitucionais dos índios brasileiros” eram algumas das frases escritas nas faixas. Nenhum dos 11 ministros do STF apareceu na praça para ver a manifestação.
Apenas simpatizantes, turistas que passeavam pela Praça dos Três Poderes e principalmente jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas assistiram à dança. Poucos índios usavam trajes típicos. A maioria vestia bermudas ou calças jeans e usava cocares. Parte usava tênis. Alguns índios fotografavam o ato.
Antes do início da manifestação, os índios se protegeram do forte sol que fazia em Brasília em uma área com sombra que existe na Praça dos Três Poderes. Alguns aproveitaram para falar ao celular e um vendedor ambulante mostrava relógios a um casal de índios. O vendedor chegou a mergulhar um dos relógios na água, para provar que ele era resistente.
Do lado de dentro do STF, os ministros Marco Aurélio Mello e Carlos Alberto Direito receberam uma comissão de índios, que foi acompanhada pela senadora Marina Silva (PT-AC) e pelo presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira.
Hoje, durante o julgamento, a entrada no plenário do STF deverá ser controlada por forte esquema de segurança. Assim como ocorreu na primeira fase, em agosto, os índios poderão assistir à sessão, mesmo usando trajes típicos. As outras pessoas terão de se submeter às rígidas regras de cerimonial e vestimenta da corte: “Terno e gravata, para homens, e vestidos, tailleurs (saia abaixo do joelho e blazer), ou ternos (calça e blazer de manga comprida), para mulheres.”
Mariângela Gallucci
BRASÍLIA - Com faixas de protesto e entoando palavras de ordem, 42 índios que vivem na região da reserva Raposa Serra do Sol estiveram ontem em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), na Praça dos Três Poderes. A mobilização pediu que a corte mantenha na íntegra a demarcação da reserva, localizada no Estado de Roraima.
“Estamos confiantes. Na Constituição tem o artigo 231, que defende o povo indígena. Com certeza, o STF vai decidir por nós”, disse o cacique Djacir Melchior da Silva. O cacique reclamou que de 1977 até hoje 21 índios foram mortos na região da reserva. Ele disse que alguns indígenas foram acusados por parte dessas mortes nesse período, mas contestou: “Nunca fizemos justiça com as próprias mãos.” Enquanto o cacique dava entrevista, a maioria dos índios dançava, cantava e carregava faixas com frases sobre o julgamento de hoje.
“Eu não sou grileiro, eu sou índio brasileiro”, “Terra indígena Raposa Serra do Sol, contínua e constitucional” e “Supremo, preserve a Constituição, mantenha os direitos constitucionais dos índios brasileiros” eram algumas das frases escritas nas faixas. Nenhum dos 11 ministros do STF apareceu na praça para ver a manifestação.
Apenas simpatizantes, turistas que passeavam pela Praça dos Três Poderes e principalmente jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas assistiram à dança. Poucos índios usavam trajes típicos. A maioria vestia bermudas ou calças jeans e usava cocares. Parte usava tênis. Alguns índios fotografavam o ato.
Antes do início da manifestação, os índios se protegeram do forte sol que fazia em Brasília em uma área com sombra que existe na Praça dos Três Poderes. Alguns aproveitaram para falar ao celular e um vendedor ambulante mostrava relógios a um casal de índios. O vendedor chegou a mergulhar um dos relógios na água, para provar que ele era resistente.
Do lado de dentro do STF, os ministros Marco Aurélio Mello e Carlos Alberto Direito receberam uma comissão de índios, que foi acompanhada pela senadora Marina Silva (PT-AC) e pelo presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira.
Hoje, durante o julgamento, a entrada no plenário do STF deverá ser controlada por forte esquema de segurança. Assim como ocorreu na primeira fase, em agosto, os índios poderão assistir à sessão, mesmo usando trajes típicos. As outras pessoas terão de se submeter às rígidas regras de cerimonial e vestimenta da corte: “Terno e gravata, para homens, e vestidos, tailleurs (saia abaixo do joelho e blazer), ou ternos (calça e blazer de manga comprida), para mulheres.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário