Eugênia Lopes e Roberto Almeida
Líder dos arrozeiros da Raposa Serra do Sol e prefeito de Pacaraima (RR), Paulo César Quartiero defendeu ontem intervenção do Exército na região. Menos de 24 horas após ser solto pela Polícia Federal, ele fez um périplo pelo Congresso para agradecer o apoio que recebe contra a demarcação contínua.
“Paz só vai haver com uma intervenção do Exército brasileiro por um período. Enquanto a Polícia Federal estiver lá, não haverá paz. Se persistirem, vai ser agravado o conflito”, avisou. Segundo ele, a ocupação por índios da Fazenda Depósito, de sua propriedade, “foi armada” pelo Conselho Indigenista de Roraima (CIR). “Foi uma invasão chapa-branca.” O líder do PR na Câmara, Luciano Castro (RR), concordou: “A invasão foi montada pelo CIR. Pegaram alguns índios com o intuito de ocupar a fazenda.”
O prefeito disse ainda que sua prisão foi “política”. Ele ficou detido em Brasília sob acusação de porte ilegal de explosivos e formação de quadrilha. Para ele, o atual governo faz “terrorismo de Estado” em Roraima. “Seqüestraram as terras do Estado e o governo quer nos intimidar.”
Candidato à reeleição, Quartiero observou que a permanência de produtores rurais na Raposa é essencial para manter soberania brasileira.
O coordenador de projetos do CIR, o macuxi Jaci José de Souza, nega que a invasão tenha sido armada. “Não é verdade isso. E o deputado fala o lado deles para intimidar a população e o povo indígena”, disse. Souza acrescentou que a entidade tem, sim, posição contrária à presença de arrozeiros na região. “Ele (Quartiero) acha que quem está morando ali dentro a gente tem que respeitar. Nós achamos que ele não tem esse direito.”
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