sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Índia identifica mentor dos ataques em Mumbai

Terrorista preso incrimina Zaki-ur-Rehman Lakhvi, um dos líderes do grupo Lashkar-i-Taiba; aeroportos indianos são postos em alerta máximo

NYT, WPost e Efe, Nova Délhi

 

A polícia indiana informou ontem ter identificado um segundo terrorista paquistanês responsável por planejar os ataques coordenados em Mumbai, oeste da Índia, e pôs os aeroportos em alerta máximo após ameaças de ataque.

Zaki-ur-Rehman Lakhvi teria ajudado a doutrinar os militantes que lançaram os atentados. O outro terrorista a quem a polícia atribui o planejamento dos ataques é Yusuf Muzammil. Ambos são líderes do grupo militante islâmico Lashkar-i-Taiba, do Paquistão. Lakhvi foi acusado de envolvimento pelo único terrorista preso, Ajmal Amir Kasab, de 21 anos.

Os terroristas teriam mantido contato com Lakhvi durante a viagem e mesmo depois do início dos atentados, que deixaram cerca de 200 mortos. A polícia indiana também informou ontem ter detido um indiano supostamente envolvido nos ataques. Ele teria visitado Mumbai no início do ano para mapear os locais que foram atacados pelos terroristas na semana passada.

Faheem Ahmed Ansari, o suposto colaborador, foi preso em 10 de fevereiro no Estado de Uttar Pradesh, norte da Índia, por sua ligação com um ataque com granada contra a polícia local. Ele teria confessado ser membro do Lashkar-i-Taiba e ter feito o levantamento de possíveis alvos em Mumbai, como o Hotel Taj Mahal e a estação de trem Chhatrapati Shivaji.

As investigações da polícia mostram ainda que os terroristas de Mumbai agiram com extrema crueldade em alguns casos. Corpos de vítimas do centro judaico apresentam sinais de estrangulamento e ferimentos que não foram causados por tiros ou explosão de granadas.

Uma fonte da inteligência indiana afirmou ontem que o governo estaria reunindo provas do envolvimento do serviço secreto do Paquistão no planejamento dos ataques. Segundo o funcionário, que falou à agência de notícias indiana Ians em condição de anonimato, o governo já tem os nomes dos implicados e dos lugares onde eles treinaram os terroristas. A Índia estaria preparando uma lista que será entregue ao Paquistão.

As novas evidências de envolvimento paquistanês complicam os esforços dos EUA pata reduzir a tensão entre Índia e Paquistão. Após sua visita a Nova Délhi, a secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, viajou ontem para Islamabad para cobrar cooperação.

“O Paquistão está comprometido com a guerra ao terror e não quer nenhuma forma de associação com elementos terroristas”, afirmou Condoleezza depois de se encontrar com o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, e o primeiro-ministro, Yousef Raza Gilani.

 

AEROPORTO

Em meio ao temor de novos ataques, a polícia foi enviada ontem ao aeroporto de Nova Délhi após dois fortes ruídos terem sido interpretados como disparos. As autoridades, porém, desmentiram rumores de que se tratasse de um atentado. 

 

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