quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Preso o cérebro dos ataques na Índia

MUMBAI - O Paquistão deteve nesta segunda-feira 16 pessoas suspeitas de envolvimento com o Lashkar-e-Taiba – grupo islamita apontado pela Índia como protagonista dos ataques de Mumbai – entre eles, Zaki-ur-Rehman Lakhvi, apontado como um dos cérebros por trás dos atentados.

A Casa Branca elogiou as de tenções, cumprimentando os “gestos positivos” do Paquistão para erradicar extremistas em seu território, mas reafirmou a necessidade de que Islamabad continue a cooperar com a Índia e os EUA.

Segundo oficiais indianos, o único terrorista envolvido nos ataques que foi capturado com vida, Azam Amir Kasab, disse, durante interrogatório, que Lakhvi o recrutou para participar das ações e que foi ele quem, ao lado de outro militante, Yusuf Muzammil, planejou os ataques às áreas nobres de Mumbai.

Lakhvi foi detido no bairro de Muzaffarabad, na parte da Caxemira sob administração paquistanesa, num campo para pessoas desabrigadas da fundação de caridade Jamaat-ud-Dawa, considerada como ala política do Lashkar-e-Taiba.

A fundação Jamaat-ud-Dawa é considerada como vitrine política do grupo terrorista e é dirigida por Hafiz Saeed, que teria deixado o Lashkar-e-Taiba depois de sua interdição no Paquistão.

Said condenou as prisões, afirmando que o governo do Paquistão demonstra fraqueza por tomar as organizações inocentes da Caxemira como alvo.

– A Índia quer acabar com o movimento de independência da Caxemira usando os ataques de Mumbai como pretexto – indicou Said.

Segundo oficiais paquistaneses, tropas de segurança trocaram tiros com supostos terroristas durante a operação no acampamento, que também é utilizado desde 2004 no treinamento de recrutas para combater o domínio indiano em parte da Caxemira.

Foi a primeira resposta oficial do governo paquistanês na investigação dos atentados, uma colaboração exigida pela Índia como prova de que Islamabad não tem ligação com os ataques.

A Índia sustenta que os autores dos atentadoss foram elementos paquistaneses e disse ter pedido a extradição de 20 terroristas, entre eles os chefes do Lashkar-e-Taiba, Dawud Ibrahim e Tiger Memon, e o chefe do grupo fundamentalista Jaish-e-Mohammed, Masoud Azhar.

O Paquistão, que confirma ter recebido só um pedido de extradição de três supostos terroristas, negou que Ibrahim e Memon, dois indianos condenados pelos atentados de Mumbai de 1993, se encontrem em seu território e pediu à Índia mais provas contra Azhar.

 

Otan

Um grupo de insurgentes voltou nesta segunda, pelo segundo dia consecutivo, a incendiar mais de 50 caminhões e materiais das tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na cidade de Peshawar, no noroeste do Paquistão, informou uma fonte policial. Agentes da polícia conseguiram salvar das chamas quase 40 veículos.

– Foi um ataque muito parecido ao que uns 200 militantes levaram a cabo na noite anterior – afirmou o policial paquistanês, Anwar Zeb.

Durante a operação, os militantes rodearam o terminal de caminhões na cidade de Peshawar e neutralizaram cerca de 12 guardas, matando um antes de incinerar mais de 50 caminhões com gasolina.

Segundo o superintendente da Polícia da cidade, Khasif Alam, os insurgentes entraram na madrugada, por volta das 3h (20h de Brasília) no terminal de Bilal.

– Ainda estamos investigando o que aconteceu, não sabemos quem são os responsáveis pelo ataque – afirmou Alam.

Nas últimas semanas, aumentaram os ataques contra caminhões utilizados pela Otan, que tem no Paquistão a principal via de acesso para suas provisões através da passagem fronteiriça de Torkham, na área tribal de Khyber.

Os talibãs paquistaneses, reunidos sob o grupo Teehrik-e-Taliban Pakistan (TTP), ameaçaram agir contra os que ajudarem as forças da Otan no Afeganistão.

O comandante-em-chefe do Exército paquistanês, o general Ashfaq Kayani, recebido por seus colegas da Otan em Bruxelas, se comprometeu em 19 de novembro a proteger o abastecimento das tropas internacionais no Afeganistão.

A Otan conta com aproximadamente 55 mil soldados no Afeganistão, abastecidos essencialmente a partir do Paquistão.

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