terça-feira, 10 de junho de 2008

Governador de Roraima diz que estado viverá tragédia com Raposa Serra do Sol


José de Anchieta diz que discussão não pode se transformar num embate político. Ele afirma ainda que não está contra os índios nem a favor dos arrozeiros.


Afirmando ter 46,24% do estado de Roraima destinado a reservas indígenas, o governador José de Anchieta Júnior diz que o país pode assistir a uma tragédia com a demarcação da reserva Raposa Serra do Sol . "Estou tentando evitar uma tragédia no meu estado e no meu país", afirmou.

“Essa luta se tornou um embate político e uma questão tão importante para o Brasil tem que estar acima disso”, disse Anchieta, no seminário que discute a situação da reserva e a soberania nacional, no Clube da Aeronáutica no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (29).
Entenda o conflito na Raposa Serra do SolAnchieta é o autor da ação que questiona a demarcação em terra contínua. Conseguiu sua primeira vitória quando o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu liminar suspendendo a operação Upatakon 3, da Polícia Federal, criada para retirar os não-índios da reserva. Os ministros entenderam que a operação pode criar um ambiente de violência. A demarcação em área contínua também enfrenta a oposição dos militares.
Polícia Federal x Forças Armadas
O governador garantiu ainda, que não é contra os índios nem a favor dos arrozeiros, mas que Roraima deve ponderar que 7% do seu PIB, vindos da produção do arroz, ocupam apenas 2% de área indígena. “O problema não é a presença do índio, mas a ausência do não-índio”, resumiu ele, que reclamou da Operação Upatakon 3, da Polícia Federal. “A soberania nacional não é da Polícia Federal, mas das Forças Armadas Brasileiras”, completou.
Ameaça estrangeira
O governador sustenta ainda que a área demarcada inclui locais estratégicos e não deve ficar a cargo de comunidades indígenas, porque têm reservas minerais, reservas hídricas, além de um corredor de exportação. "A política é inconseqüente, incoerente e irresponsável. O Governo federal vem cedendo a pressões internacionais sem ter condições de dar respaldo a comunidades indígenas. Quem leva educação, saúde, infra-estrutura para as comunidades indígenas é o governo estadual", afirmou Anchieta, que disse destinar 8% do orçamento de Roraima aos povos indigenas.

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