Por Márcio Accioly
No indispensável livro do jornalista Samuel Wainer (“Minha Razão de Viver – memórias de um repórter”), existe uma passagem no capítulo 8 onde é relatado seu envolvimento na defesa do nacionalismo tupiniquim, através da revista Diretrizes, denunciando ações executadas pelo que era identificado como “Quinta Coluna”.
A Quinta Coluna, no texto de Wainer, “seria um agrupamento de imigrantes alemães e brasileiros traidores, dedicados a trabalhos de espionagem e sabotagem”. E ele continua, afirmando que o sul do Brasil, “naquela época, estava virtualmente ocupado pela colônia alemã”.
As cidades, prossegue Wainer, “tinham nomes alemãs, não se falava português nas ruas, as crianças aprendiam na escola a falar exclusivamente o idioma alemão”. Pois, hoje, no Brasil de Dom Luiz Inácio (PT-SP), o que se constata é que a Quinta Coluna vai emergindo vitoriosa.
Com a diferença de que não se é possível mais detectar qual o idioma falado. A preferência é visivelmente pelo inglês. Basta verificar os nomes de edifícios erguidos em Brasília, Capital Federal: “Liberty Mall”, “America Office Tower”, e por aí vai.
Como a população em sua esmagadora maioria não conhece sequer a própria língua (falando presumivelmente português), estimula-se tipo de alienação que concorre para o inteiro domínio do país. Porque os gringos estão chegando, ocupando e tomando tudo. Como não é possível levar a água, a terra e tudo o mais, eles estão se instalando.
Esse trabalho de entrega do patrimônio nacional não começou agora com nosso imperador do absurdo, presidente Dom Luiz Inácio. Ele próprio integrante da corrente dos que não se enquadram como exemplos que se prezem na utilização do idioma.
Mas eis que, no domingo, os meios de comunicação divulgaram parte de artigo publicado no New York Times onde é indagado “De quem é a Amazônia Afinal?” (No original: “Whose Rain Forest Is This, Anyway?”).
Assinado pelo jornalista Alexei Barrionuevo (e não pelo Larry Rohter, que acusou Dom Luiz Inácio de ser alcoólatra), o título do texto já dá bem uma idéia da discussão acontecida pelos foros do mundo, enquanto os quinta-colunas se apressam apenas em favorecer desejos alienígenas, notadamente dos norte-americanos.
O artigo lembra que Al Gore, ex-candidato presidencial democrata derrotado (2000), declarou, quando senador em 1989, o seguinte: “Contrariamente àquilo que os brasileiros imaginam, a Amazônia não é propriedade deles, pertence a todos nós”.
Mas, até onde verifiquei no texto traduzido, muita coisa foi omitida. Indagado a respeito de lei que tramita no Congresso Nacional, restringindo o acesso de estrangeiros àquela Região, o Secretário do Ministério de Justiça, Romeu Tuma Jr. disse ao repórter que “A Amazônia é nossa”.
Aí, foi ouvido José Goldemberg que, no dia 29/01/89, em artigo publicado na Folha de S. Paulo (intitulado “Amazônia e seu futuro”), defendeu a entrega de parte da Amazônia, “em troca de proteção ambiental”, como pagamento da dívida externa brasileira, manobra contábil em torno de conta inexistente.
Goldemberg, que foi ministro da Ciência e Tecnologia da gestão Fernando Collor de Mello (1990-92), disse, agora, o seguinte: “a estratégia de proteção ambiental” (com a aplicação de restrições através de lei), “é paranóica e evoca modelo de guerra fria aplicada pelo Kremlin” (no tempo da União Soviética).
No arremate final, Goldemberg deixou claro que, se “a gente tenta controlar, isso aqui vai terminar como a União Soviética”, vejam só! E muita gente acreditava que essa história de quinta-coluna só aconteceu nos idos dos anos 30 e 40.
Ou se tomam providências imediatas ou o país irá mergulhar em conflitos e confrontos incontroláveis. Teria de haver uma política de ressurgimento das Forças Armadas, equipando-as devidamente para a defesa de nosso território. Infelizmente, os militares intervieram por 21 anos (1964-85) na vida política e hoje pagam o desgaste.
O que se está discutindo mundo afora é a entrega da Amazônia, com todos os seus mananciais e riquezas naturais. E enquanto os nossos políticos se envolvem nos escândalos mais vis, na roubalheira mais desregrada, arma-se tenebroso cenário que ninguém em sã consciência consegue prever como será finalizado.
Márcio Accioly é Jornalista.
Postado por Alerta Total de Jorge Serrão
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