terça-feira, 17 de junho de 2008

Um país PALHAÇO


O potencial brasileiro para as próximas décadas é incontestável. Os brasileiros ainda não se aperceberam que estão pisando no solo mais rico e farto de um planeta que anda à beira do esgotamento.A plataforma marítima continental, os aqüíferos, o solo fértil para plantio de grãos diversos e as mineralizadas serras no Norte e Oeste são alguns dos itens que rapidamente se pode citar. É em razão disto que temos nos debatido sobre a questão da reserva indígena contínua em terras do Estado de Roraima.Não está em pauta exterminar as tribos indígenas, pelo contrário, se deseja que o governo brasileiro cuide delas, preservando sua cultura e pouco se intrometendo em sua organização política e social. Os silvícolas têm o DNA da nossa origem, e por isso mesmo temos de mantê-los livres dos tentáculos estrangeiros que há tempos vêm se instalando naquelas longínquas terras, captando sua confiança debaixo de interesses espúrios e dominadores.Reavaliar a demarcação do território indígena é urgente e questão de segurança nacional. O perigo não se encontra nas tribos brasileiras, mas do que os estrangeiros podem delas fazer a pretexto de lhes impregnar de que estão sendo usurpados. Os índios não são inimigos. Mas os estrangeiros podem vir a sê-lo.O Estado Brasileiro não pode permitir a compra de vastas extensões de terra por estrangeiros. Digo vastas extensões porque há registros infames nesse sentido. Está se comercializando terras em exagero para quem não tem sequer cidadania brasileira. E isso deve ser motivo de atenção de nossos congressistas que andam mais a se embalar em berço esplêndido do que a manter controle firme sobre severos temas nacionais como o que envolve território e soberania.A Suprema Corte terá a árdua tarefa de legislar sobre um assunto que não é de sua lide natural, mas ante a inércia alheia, e considerando que a questão é delicada, certamente se posicionará pela soberania nacional.Enquanto os juristas estudam e refletem sobre o vasto tema, a sociedade precisa ser informada sobre a realidade da questão. É indiscutível que a área de 1,74 milhão de hectares é alvo da cobiça alheia, não apenas por sua grandiosa extensão como pela riqueza mineral que esconde no solo. Os silvícolas existentes na região não passam de 15 mil, portanto, a quantidade de terra que se quer disponibilizar é muito superior às necessidades de preservação das tribos. Em contraposição, o governo tem dificuldade em atender a reforma agrária de centenas de famílias que clamam por muito menos hectares. Parece, salvo melhor juízo, um paradoxo.Ainda é preciso que se diga que o grupo indígena Caiapó que se concentra no sul do Pará explora ouro e mogno, movimentando cifras enormes ao longo do ano. São indígenas aculturados e que não vivem mais em seu estado natural. É para criar novos negócios indígenas que se quer a reserva Raposa Serra do Sol com tamanha área geográfica? Sob este enfoque não se estaria preservando as tribos residentes naquela área, mas oferecendo a possibilidade de esses grupos assimilarem o modus vivendi do homem civilizado e capitalista.Há contradições significativas em todo esse processo de proteção, por isso a matéria não pode ser ignorada pela sociedade. O Brasil conseguiu manter sua enorme extensão territorial em tempos muito mais difíceis do que os atuais. Logo, não se espera outra coisa senão uma ação responsável na demarcação da reserva em litígio.

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