terça-feira, 10 de junho de 2008

Membros do Alto Comando do Exército apóiam General Heleno

Por Jorge Serrão
A defesa da soberania brasileira, como reza a Constituição, gera a primeira crise militar no desgoverno Lula da Silva. Os militares saíram do “silêncio obsequioso” para defender a Amazônia. O Comandante brasileiro de 4 estrelas com maior experiência em combate real (pois comandou a missão de paz da ONU no Haiti com vitórias sobre o crime organizado de lá) reafirmou ontem sua posição em defesa da Amazônia e contra a irracional e entreguista política indigenista brasileira. Lula vai escalar seu genérico Nelson Jobim, ministro da Defesa, para conter as declarações dos militares.Em palestra sobre a defesa da Amazônia no Clube Militar, no Rio de Janeiro, o Comandante Militar da Amazônia, General Augusto Heleno repetiu que a transformação da fronteira Norte do País em “reservas” ou “nações” indígenas é uma ameaça à soberania nacional. Na terça-feira, o presidente da Associação dos Arrozeiros de Roraima, Paulo César Quartiero, acusou os índios de serem instrumentos de ONGs para a internacionalização da área ocupada pela reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.A posição do General Heleno contraria totalmente a do desgoverno Lula, que defende a homologação das terras indígenas – onde comprovadamente existem grandes riquezas minerais. Deixando claro que “"serve ao Estado brasileiro e não ao governo", o General Heleno criticou: “A política indigenista brasileira está completamente dissociada do processo histórico de colonização do nosso País. Precisa ser revista com urgência. Não estou contra os órgãos que cuidam disso, quero me associar para que a gente possa rever uma política que não deu certo até hoje, é só ir lá para ver que é lamentável, para não dizer caótica”.A declaração do General Heleno foi aplaudida pelo Comandante Militar do Leste, General Luiz Cesário da Silveira Filho, também de 4 estrelas e colega de Heleno no Alto Comando do Exército, que prestigiou o evento no Clube Militar. Na primeira fila do auditório, o General Cesário destacou que o problema em Roraima é de soberania. Segundo o militar, a discussão passa pelo cumprimento do artigo 142 da Constituição, que trata da atuação das Forças Armadas na defesa da pátria: “Nossa preocupação é constitucional, com a soberania brasileira”.O chefe do Estado Maior do Comando Militar do Leste, General Mário Matheus Madureira, também manifestou preocupação com a homologação em faixa contínua da reserva: “O risco da soberania é com áreas que podem ser separadas do território brasileiro. ONGs internacionais e grupos indígenas podem solicitar essa divisão política. Pode ser a mesma situação que ocorreu no Kosovo. É uma preocupação de todos”.Até então única voz pública das Forças Armadas contra a homologação da reserva Raposa Serra do Sol, Augusto Heleno recebeu ontem o apoio de ex-ministros, como Zenildo Lucena (Exército) e Bernardo Cabral (Justiça), além dos demais Generais do Alto Comando e do líder indígena Jonas Marcolino, convidado para o debate no Clube Militar.
Crítica ao copo
Os festivos "ideólogos do copo", que fazem politicagem tomando umas a mais, vão ficar na bronca com o Comandante Militar da Amazônia.Em entrevista, depois da palestra, o General Heleno ressalvou que pensa apenas "no interesse nacional" quando faz suas críticas:“Sou totalmente a favor do índio. Não sou da esquerda escocesa, que atrás de um copo de uísque resolve os problemas brasileiros. Eu estou lá na Amazônia vendo o que acontece com o índio brasileiro”.O general garante que suas críticas são construtivas:“É constatável por qualquer um que vá na Amazônia, sem nada pré-concebido, que há um problema na condução dessa política indígena. Os resultados não são os que queremos que aconteça. Quando critico isso, não tenho nenhum interesse político ou econômico. Eu só penso nos interesses nacionais. E estou disposto a trabalhar com todo o meu pessoal para que o resultado seja diferente. Não é uma crítica destrutiva. É uma crítica construtiva”.
O problema são os outros mesmo
Durante a palestra, o general lembrou o compromisso brasileiro com a declaração da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o direito dos povos indígenas, que destaca a desmilitarização das terras indígenas como contribuição para a paz e o desenvolvimento econômico e social.“Quer dizer que o problema somos nós?”Bastante aplaudido pela ironia da pergunta, o General Heleno lembrou que o índio também é brasileiro e não deve ser excluído da convivência com outros brasileiros.
Comparação oportuna
“Quer dizer que na Liberdade vai ter japonês e não japonês”O General usou um famoso bairro paulista, de forte presença japonesa, como exemplo do seu raciocínio e indagou novamente:“Como um brasileiro não pode entrar numa terra só porque não é indígena”
Outros problemas
Além da questão indígena, o general Heleno apresentou como ameaças à Amazônia os conflitos fundiários, as organizações não-governamentais e os diversos ilícitos.Em sua opinião, o desenvolvimento da Amazônia vai acontecer independentemente da nossa vontade.“É impossível preservar a Amazônia como lenda, floresta verde. O que depende de nós é fazer com que (o desenvolvimento) aconteça de forma sustentável”.
Reserva, não!
O General reiterou ainda sua posição contrária à demarcação contínua da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, homologada pelo desgoverno Lula, em decreto:“Eu já visitei como comandante militar da Amazônia algumas comunidades indígenas, inclusive onde não há organização militar. O que constatei até agora é que a grande maioria, para não dizer a totalidade das comunidades que visitei, são extremamente carentes. Do ponto de vista de saúde, de perspectiva de vida, de alimentação. Tenho contato com comunidades indígenas onde há um alto nível de alcoolismo. Em Tabatinga houve acusação de indígenas envolvidos com o tráfico de drogas”.Na semana passada, uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a operação da Polícia Federal (PF) que desalojaria os fazendeiros de arroz que se recusam a deixar a área.A decisão foi questionada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro. Segundo ele, o tribunal foi induzido ao erro.

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