RIO - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) planeja criar mecanismos de financiamento para o setor de petróleo, com soluções específicas para o pré-sal.
O Programa de Investimento do Pré-Sal (Pips), em análise pelo governo, parte da premissa de que serão necessários US$ 50 bilhões para desenvolver as reservas abaixo da camada de sal em Santos até o final da próxima década.
E sugere que os recursos sejam levantados no mercado doméstico como forma de desenvolver a indústria petrolífera brasileira. Uma idéia é o lançamento de títulos do pré-sal, que poderiam ser adquiridos no mercado local com o objetivo de captar recursos para a exploração das reservas.
Em palestra no Rio de Janeiro, o diretor de Infra-estrutura do BNDES, Aluysio Asti, revelou que a instituição está trabalhando para criar novos produtos de financiamento para o setor.
Captação ampla
Os "títulos do pré-sal" poderiam ser adquiridos por pessoas físicas, mas os detalhes não foram divulgados. Também não ficou claro se o BNDES financiaria diretamente a exploração das reservas, mas fontes do banco avaliam que um empréstimo para este fim é natural e muito provável.
O executivo do BNDES citou ainda criação de um funding. Os fundos de pensão podem, segundo ele, ser uma boa fonte de recursos. O estudo do BNDES foi feito a pedido do presidente Luiz Inácio da Silva, bem antes da crise, da queda do preço do barril e das supostas dificuldades de caixa da Petrobras.
Em linha com as declarações de integrantes do grupo interministerial que cuida do assunto, uma das bases do estudo é não ter pressa para desenvolver as reservas. O pré-sal oferece a vantagem da escala de produção. Um caminho para desenvolver a indústria local e gerar emprego e renda no País.
– Não estamos aqui dizendo que vamos voltar à década de 70, mas não temos uma escala tão grande desde a década de 70 – afirmou o diretor de Infra-estrutura do BNDES.
Longo prazo
O estudo do BNDES estima reservas de 50 a 70 bilhões de barris de óleo embaixo da camada de sal no cluster de Santos. Como as empresas não retiram o petróleo das reservas de uma vez, os investimentos são diluídos ao longo de décadas. Para explorar todas as reservas, o BNDES estima que serão investidos de US$ 600 a US$ 700 bilhões num prazo que dependerá do ritmo de produção dos campos do pré-sal. As estimativas se aproximam do que vem sendo divulgado por bancos de investimentos.
– A necessidade de capital próprio, portanto, terá de ser substancialmente menor que o investimento; isso vai depender da velocidade de exploração – disse Asti. Para começar, o banco estima a necessidade de US$ 50 bilhões. É aí que entra o BNDES como catalizador de recursos.
Diante da crise e da escassez de crédito no mercado internacional, o BNDES pode ser uma das saídas da Petrobras para tocar seus projetos. Em setembro, a Petrobras recorreu à instituição para a construção de cinco novas plataformas. De acordo com o mercado, as unidades podem custar cerca de US$ 6 bilhões. Os pedidos de financiamento envolviam a P-63, com vistas ao campo de Papa-Terra, em território capixaba; a P-62, para Roncador e outras três plataformas que não foram reveladas.
Além dos cinco pedidos em consulta - o primeiro passo para um financiamento do BNDES - estão análise operações de crédito, que somam US$ 2,3 bilhões, para as plataformas P-55, P-56 e P-57, que somam investimentos de US$ 3,6 bilhões. Os projetos aprovados para plataformas no BNDES neste ano somam US$ 4,2 bilhões.
Em entrevista recente a este jornal, um executivo da Petrobras cogitou a possibilidade de recorrer a bancos nacionais somente no próximo ano. No entanto, a oposição denunciou como problemáticas operações de crédito da empresa junto ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal (CEF).
Além do petróleo em queda nos últimos meses, a Petrobras tem enfrentado desconfianças do mercado. Analistas manifestam preocupações com as despesas da companhia, que não teriam sido reveladas de maneira clara em seu último balanço.
O Programa de Investimento do Pré-Sal (Pips), em análise pelo governo, parte da premissa de que serão necessários US$ 50 bilhões para desenvolver as reservas abaixo da camada de sal em Santos até o final da próxima década.
E sugere que os recursos sejam levantados no mercado doméstico como forma de desenvolver a indústria petrolífera brasileira. Uma idéia é o lançamento de títulos do pré-sal, que poderiam ser adquiridos no mercado local com o objetivo de captar recursos para a exploração das reservas.
Em palestra no Rio de Janeiro, o diretor de Infra-estrutura do BNDES, Aluysio Asti, revelou que a instituição está trabalhando para criar novos produtos de financiamento para o setor.
Captação ampla
Os "títulos do pré-sal" poderiam ser adquiridos por pessoas físicas, mas os detalhes não foram divulgados. Também não ficou claro se o BNDES financiaria diretamente a exploração das reservas, mas fontes do banco avaliam que um empréstimo para este fim é natural e muito provável.
O executivo do BNDES citou ainda criação de um funding. Os fundos de pensão podem, segundo ele, ser uma boa fonte de recursos. O estudo do BNDES foi feito a pedido do presidente Luiz Inácio da Silva, bem antes da crise, da queda do preço do barril e das supostas dificuldades de caixa da Petrobras.
Em linha com as declarações de integrantes do grupo interministerial que cuida do assunto, uma das bases do estudo é não ter pressa para desenvolver as reservas. O pré-sal oferece a vantagem da escala de produção. Um caminho para desenvolver a indústria local e gerar emprego e renda no País.
– Não estamos aqui dizendo que vamos voltar à década de 70, mas não temos uma escala tão grande desde a década de 70 – afirmou o diretor de Infra-estrutura do BNDES.
Longo prazo
O estudo do BNDES estima reservas de 50 a 70 bilhões de barris de óleo embaixo da camada de sal no cluster de Santos. Como as empresas não retiram o petróleo das reservas de uma vez, os investimentos são diluídos ao longo de décadas. Para explorar todas as reservas, o BNDES estima que serão investidos de US$ 600 a US$ 700 bilhões num prazo que dependerá do ritmo de produção dos campos do pré-sal. As estimativas se aproximam do que vem sendo divulgado por bancos de investimentos.
– A necessidade de capital próprio, portanto, terá de ser substancialmente menor que o investimento; isso vai depender da velocidade de exploração – disse Asti. Para começar, o banco estima a necessidade de US$ 50 bilhões. É aí que entra o BNDES como catalizador de recursos.
Diante da crise e da escassez de crédito no mercado internacional, o BNDES pode ser uma das saídas da Petrobras para tocar seus projetos. Em setembro, a Petrobras recorreu à instituição para a construção de cinco novas plataformas. De acordo com o mercado, as unidades podem custar cerca de US$ 6 bilhões. Os pedidos de financiamento envolviam a P-63, com vistas ao campo de Papa-Terra, em território capixaba; a P-62, para Roncador e outras três plataformas que não foram reveladas.
Além dos cinco pedidos em consulta - o primeiro passo para um financiamento do BNDES - estão análise operações de crédito, que somam US$ 2,3 bilhões, para as plataformas P-55, P-56 e P-57, que somam investimentos de US$ 3,6 bilhões. Os projetos aprovados para plataformas no BNDES neste ano somam US$ 4,2 bilhões.
Em entrevista recente a este jornal, um executivo da Petrobras cogitou a possibilidade de recorrer a bancos nacionais somente no próximo ano. No entanto, a oposição denunciou como problemáticas operações de crédito da empresa junto ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal (CEF).
Além do petróleo em queda nos últimos meses, a Petrobras tem enfrentado desconfianças do mercado. Analistas manifestam preocupações com as despesas da companhia, que não teriam sido reveladas de maneira clara em seu último balanço.
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