Um bate-boca entre um deputado e um antropólogo, críticas pesadas ao Exército e ao Supremo Tribunal Federal (STF), aplausos da platéia para a demarcação contínua da reserva Raposo Serra do Sol e um desentendimento constante sobre números ou episódios da história dos índios no Brasil. Assim foi o debate, ontem cedo, no auditório do Tuca, em São Paulo, sobre "Demarcação de Terras Indígenas no Brasil", promovido pelo Grupo Liberta, uma associação de universitários da PUC.
A discussão esquentou logo no início, quando o deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) acusou ONGs estrangeiras e sustentou que "a soberania nacional está ameaçada, sim, se for mantida a reserva em terras contínuas na fronteira de Roraima". De passagem, criticou "antropólogos desinformados", que "nem sempre se posicionam da forma mais correta". E emendou: "O decreto do presidente Lula sobre a reserva é nulo, porque os levantamentos sobre a região foram fraudados."
Em seguida, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) discordou. "A Raposa é uma questão fundiária. Ali não tem nenhum problema de segurança." No mesmo tom, a procuradora do Ministério Publico Federal Ana Lúcia Amaral disse que não entende porque o STF vai julgar de novo um assunto que já transitou em julgado. "Foi tudo avaliado, todo mundo ouvido, anos de trabalho, até a sanção presidencial. Agora vem o STF julgando de novo. E ainda dois ministros já anteciparam seu voto. Tudo isso é muito estranho."
A procuradora e o antropólogo José Augusto Sampaio criticaram o ministro Marco Aurélio Mello, por ter afirmado, recentemente, que "essa questão de terra tradicional" não pode ser levada a sério. "Eu sou do Rio. Assim, a qualquer momento vão devolver as terras aos índios que ali viviam". Para Sampaio e a procuradora, a atitude do ministro "é má-fé ou ignorância".
Irritado, Rebelo reclamou que ali foi "para um debate", mas estava vendo "um ato público". E, dirigindo-se ao antropólogo Sampaio: "Eu renuncio ao meu cargo se você provar que são só seis arrozeiros lá." E citou muita gente de Uiramutã e outras áreas, interessados na atividade agrícola.
Sampaio sustentou que são só seis mesmo. E, quando Aldo já havia deixado a sala - pois tinha outro compromisso, atacou: "Nossa Constituição fala em um país plural e isso os militares não querem. Defendem um país monolítico. Estão nos anos 70, assim como o Aldo Rebelo. É a união do militarismo com o stalinismo."
A discussão esquentou logo no início, quando o deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) acusou ONGs estrangeiras e sustentou que "a soberania nacional está ameaçada, sim, se for mantida a reserva em terras contínuas na fronteira de Roraima". De passagem, criticou "antropólogos desinformados", que "nem sempre se posicionam da forma mais correta". E emendou: "O decreto do presidente Lula sobre a reserva é nulo, porque os levantamentos sobre a região foram fraudados."
Em seguida, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) discordou. "A Raposa é uma questão fundiária. Ali não tem nenhum problema de segurança." No mesmo tom, a procuradora do Ministério Publico Federal Ana Lúcia Amaral disse que não entende porque o STF vai julgar de novo um assunto que já transitou em julgado. "Foi tudo avaliado, todo mundo ouvido, anos de trabalho, até a sanção presidencial. Agora vem o STF julgando de novo. E ainda dois ministros já anteciparam seu voto. Tudo isso é muito estranho."
A procuradora e o antropólogo José Augusto Sampaio criticaram o ministro Marco Aurélio Mello, por ter afirmado, recentemente, que "essa questão de terra tradicional" não pode ser levada a sério. "Eu sou do Rio. Assim, a qualquer momento vão devolver as terras aos índios que ali viviam". Para Sampaio e a procuradora, a atitude do ministro "é má-fé ou ignorância".
Irritado, Rebelo reclamou que ali foi "para um debate", mas estava vendo "um ato público". E, dirigindo-se ao antropólogo Sampaio: "Eu renuncio ao meu cargo se você provar que são só seis arrozeiros lá." E citou muita gente de Uiramutã e outras áreas, interessados na atividade agrícola.
Sampaio sustentou que são só seis mesmo. E, quando Aldo já havia deixado a sala - pois tinha outro compromisso, atacou: "Nossa Constituição fala em um país plural e isso os militares não querem. Defendem um país monolítico. Estão nos anos 70, assim como o Aldo Rebelo. É a união do militarismo com o stalinismo."
Nenhum comentário:
Postar um comentário