terça-feira, 3 de junho de 2008

Quanto custa a nossa floresta?

O descontrole sobre compra de terras por estrangeiros realmente existe. A pedido do Fantástico, um suíço se apresentou como interessado em adquirir terras na floresta. Pela conversa dele com um corretor que anuncia seus serviços no jornal, parece que o negócio é fácil.
O anúncio no jornal do Tocantins dizia: áreas de reserva por R$ 1 mil o alqueire. A pedido do Fantástico, um cidadão suíço, com forte sotaque, aceitou simular a compra da terra, mas preferiu não se identificar.
Peter: Boa noite, seu Marcelo?
Marcelo: Sim.
Peter: O meu nome é Peter, estou interessado em terras.
Marcelo: O que você precisa, Peter?
Peter: Eu estou interessado em Floresta Amazônica mesmo. Sou suíço e queria saber se posso comprar Floresta Amazônica? Terras assim, com floresta?
Marcelo: Pode.
Peter: Que tamanho que você tem para vender?
Marcelo: Tem mil hectares, tem três mil hectares, tem o tamanho que você quiser.
Peter: E essa floresta, ela é preservada? Está inteira?
Marcelo: Preservada.
Peter: O que tem nessas terras? Tem bicho? Macaco, onça?
Marcelo: Têm esses bichos, tem macaco, tem onça.
Peter: Com vocês é tudo documentado, né?
Marcelo: Tudo documentado.
Peter: Sendo o comprador, quais os documentos que preciso apresentar?
Marcelo: Em que lugar você mora?
Peter: Eu moro aqui no Rio.
Marcelo: Faz tempo que você mora aí?
Peter: Moro aqui há três anos. Eu casei com uma brasileira.
Marcelo: Ah, então beleza. Você pode mostrar a identidade, o CPF, a identidade de estrangeiro.
Peter: Aí eu posso comprar quanta terra eu quiser?
Marcelo: Pode, pode.
No Tocantins, nossos repórteres encontraram o corretor Marcelo Martins, que há oito anos trabalha com compra e venda de terras. Ele diz que na região que ofereceu ao suíço existe muita terra à venda.
“Hoje, no Parque do Cantão, a gente tem lá mais ou menos uns 30 mil hectares. Todas elas são escrituradas”, explica Marcelo.
E há muito interesse de estrangeiros.
“Os estrangeiros querem comprar porque onde eles moram, por exemplo, não tem mais mata. Eles querem comprar para preservar e compram aqui no Brasil”, complementa Marcelo Martins.

Veja reportagem completa que foi exibido no Fantástico de dDomingo Passado.
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/Fantastico/0,,AA1682323-4005,00.html

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