O governador André Puccinelli (PMDB) deve agendar audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos próximos dias para discutir o trabalho de demarcação de terras indígenas em Mato Grosso do Sul, iniciado pela Funai (Fundação Nacional do Índio). Deverá participar o presidente da Fundação, Márcio Meira.
Puccinelli é contrário ao modo como a Funai está procedendo ao trabalho. A fundação constituiu grupos de estudos antropológicos para área que abrange 26 municípios do sul de Mato Grosso do Sul. As etnias beneficiadas deverão ser os kaiowá e ñandeva.
Segundo o governador, Vicentina e Fátima do Sul, para ficar em dois exemplos, não vêem índios desde o descobrimento do Brasil (ano 1.500). André disse que vai sugerir ao presidente Lula a distribuição das terras dos kadiwéu para os kaiowá. André estima que os kadiwéu tenham cerca de 580 mil hectares de terras, que poderiam ser melhor distribuídas com as outras etnias.
Questionado sobre possível conflito entre etnias, o governador então disse que vai sugerir a desapropriação das terras do reverendo Moon. O coreano Sun Myung Moon, 87 anos, conhecido no mundo todo como reverendo Moon, é fundador da Igreja Nova Esperança e é proprietário de terras em alguns municípios do Estado, tais como Miranda e Jardim.
O trabalho iniciado pela Funai atende a compromissos firmados em TAC (termo de ajustamento de conduta) com o Ministério da Justiça, o Ministério Público Federal e lideranças indígenas. Entretanto, o governador demonstrou irritação especificamente com a Funai.
Segundo André, Mato Grosso do Sul tem governo e vai se fazer respeitar. Ele disse que o MPF teria determinado o trabalho à Funai, que não faz nada e vem apitar aqui no Estado.
O governador já havia dito que delegou à PGE (Procuradoria-Geral do Estado) estudo da questão para avaliar que providências judiciais caberiam quanto ao assunto. Também já disse que o governo federal deveria ter pelo menos consultado o Estado antes de tomar decisões quanto às demarcações.
Pedidos
Além do TAC da Demarcação, André disse que vai reivindicar, como sempre faz, ao presidente da República os pleitos prioritários para Mato Grosso do Sul, a expansão da ferrovia, a federalização da rodovia MS-040, a transformação do Aeroporto Internacional da Capital em Internacional de Cargas, o alcoolduto e o linhão.
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