quarta-feira, 2 de julho de 2008

Governo vai reforçar fronteiras da Amazônia, diz Jobim

Sob ataque dos críticos da demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse hoje que o governo vai reforçar a presença de soldados nas regiões de fronteira na Amazônia. A reserva se estende por áreas próxima a fronteira com a Venezuela e preocupa os militares. O ministro participou hoje de audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara.Jobim disse que o governo aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a demarcação. Segundo o presidente do STF, Gilmar Mendes, o julgamento das ações que contestam a demarcação é "prioridade máxima" da Corte, na volta do recesso, em agosto. Por quase três horas, Jobim respondeu a perguntas sobre a questão indígena e a Amazônia. Ele disse que a região não é composta apenas por florestas e que não se resume a preocupações ambientais ou de soberania. Daí, destacou, o porquê da questão ser tratada não como caso policial, mas sim como questão econômica."A Amazônia é composta por 21 milhões de pessoas. Não podemos trabalhar como querem os ambientalistas de fora do Brasil. A Amazônia não pode ser tratada como uma coleção de árvores para lazer de estrangeiros", disse. "Se considerássemos apenas como reserva absoluta, teríamos de matar as 21 milhões de pessoas que ali vivem", disse ele, frisando a necessidade de um plano eficaz de desenvolvimento sustentável.

Cobrança
Ao ser cobrado pelo deputado Carlos Santana (PT-RJ), Jobim passou um pito no Congresso. "Existem 18 projetos sobre a questão indígena tramitando na Câmara. Se organizem. Juntem tudo e imponham essa pauta. Imponham aos seus líderes e à Mesa (Diretora)", cobrou. "Essas sessões, me desculpem, viram catarse individual que não levam a decisões coletivas", afirmou.Jobim prosseguiu insistindo que se os deputados não são capazes de fazer acordos não podem reclamar das decisões do Judiciário. "Se os senhores não fazem acordo e produzem ambigüidade, estão entregando ao Judiciário a capacidade de legislar", disse.

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