sexta-feira, 4 de julho de 2008

Ninguém quer que a Nasa seja internacionalizada, diz Lula sobre a Amazônia

Folha de S.Paulo, em Brasília

Em discurso ontem durante o lançamento de programa de financiamento à agricultura familiar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a postura de países que defendem a internacionalização da Amazônia.

Ele disse que esse é um assunto do Brasil e que os Estados Unidos não gostariam que outras nações sugerissem que a Nasa (agência espacial americana) deixasse de pertencer àquele país.
"[Dizem que] a gente está desmatando a Amazônia. É outro discurso que a gente não pode aceitar, porque se tiver um problema nosso, é nosso, nós vamos brigar. Mas [sugerem que] vamos internacionalizar o aqüífero Guarani porque não sabemos tomar conta, mas ninguém quer internacionalizar a Nasa. Quando descobrem um medicamento importante para uma doença, porque não transformam em patrimônio da humanidade e todo mundo tem acesso?", afirmou.
Lula disse que 69% da floresta original está preservada e que todas as políticas de seu governo são voltadas à preservação. "Como eu vou negar para alguém da Amazônia levar o desenvolvimento para lá? Obviamente que temos que ter cuidado de levar o desenvolvimento, de preferência de indústria limpa, de fazer corretamente o manejo da floresta. Tudo isso já está previsto nas políticas que aprovamos", afirmou o presidente.
Eventos
O Planalto organizou três eventos para que Lula anunciasse créditos para o agronegócio e a agricultura familiar, sendo que os números já eram conhecidos há mais de uma semana.
Ontem, a programação do Plano Safra Mais Alimentos, voltado aos pequenos produtores, tomou mais de cinco horas da agenda do presidente. Lula fugiu do tradicional esquema de palanques e discursos e mobilizou, pela manhã, a estrutura da Presidência até Brazlândia, cidade-satélite de Brasília, para assinar num cenário rural o primeiro contrato da recém-criada linha de crédito voltada à agricultura familiar.
O petista desceu de helicóptero nos arredores da propriedade do agricultor Fernando Kubota, nissei que mora no Brasil desde 1994. Depois de muitas fotos e nenhum discurso, voltou ao helicóptero, para ser levado ao Museu da República, em Brasília. Lá foi lançado o Plano Safra Mais Alimentos, que destinará R$ 13 bilhões ao setor.
Na quarta-feira, Lula foi à Curitiba (PR) lançar o Plano Agrícola e Pecuário 2008/ 2009, quando foram anunciados R$ 65 bilhões em créditos para o agronegócio.

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