Livro detalha como a oligarquia britânica criou a maior reserva indígena da Amazônia.
BRASÍLIA — Gélio Fregapani é especialista em Amazônia. No ano 2000, o coronel do Exército — que há 30 anos observa a intensificação da atuação estrangeira na região — lançou o livro Amazônia — A grande cobiça internacional, no qual faz uma análise da geopolítica amazônica. Segundo ele, a riquíssima biodiversidade, água abundante e vastíssimas riquezas minerais inexploradas é motivo permanente de preocupação, e cobiça internacional.
Fregapani dedica um capítulo sobre os riscos para a integridade territorial do país. Ali, ele transcreve do Executive Intelligence Review, no qual é descrito como a oligarquia inglesa criou a Reserva Ianomami, em Roraima. Confira abaixo, o trecho do livro:
“Para levar adiante a campanha pela reserva ianomâmi, a oligarquia britânica fundou, em 1969, a organização não governamental (ONG) Survival Internacional, cujos documentos explicitam que “a criação do Parque Ianomami tem sido e será sempre objetivo individual mais importante das campanhas da Survival”. A criação da entidade resultou diretamente das expedições de Hanbury-Tenison e de seu colega Kenneth Taylor, que, em 1968, iniciou demorado trabalho de campo junto aos ianomâmis, sendo um dos autores do primeiro projeto do Parque Ianomami.
A fundação da Survival Internacional foi decidida em uma série de reuniões ocorridas no verão de 1969, no apartamento de Hanbury-Tenison, em Londres. Além dele, os fundadores da entidade foram: Kenneth Taylor; John Hemmings, diretor da Real Sociedade Geográfica Britânica; os antropólogos Audrey Colson, James Woodburn, Nicolas Guppy e Francis Huxley; o ecologista Edward Goldsmith, que logo depois fundaria a revista The Ecologist; e o cineasta Adrian Cowell, que mais tarde se tornaria célebre por seus filmes sobre a “devastação da Amazônia”.
Vale ressaltar que a Real Sociedade Geográfica constitui uma das principais organizações do establishment britânico. Em sua diretoria sempre figuram personalidades que representam a nata do aparato de inteligência da colônia da Grã-Bretanha. Entre outros os que a ocuparam nas últimas décadas, podem-se citar, por exemplo: Julian Huxley, criador da Unesco, da União Internacional para a Conservação da Natureza (Uicn) e do Wold Wildlife Fund (WWF); Lorde Solly Zuckerman, principal assessor científico e atual diretor do WWF no Reino Unido. Michael Huxley, primo de Julian Huxley, foi o fundador da revista oficial da entidade.
Os recursos financeiros necessários para a fundação e as primeiras operações da Survival Internacional foram fornecidos, particularmente, pelo WWF, na figura do seu presidente, Sir Peter Scott, que, naquele momento, dirigia outra instituição-chave do aparato geopolítico da oligarquia britânica, a Sociedade Para a Preservação da Fauna e da Flora, cujo objetivo era a preservação dos privilégios imperiais britânicos sob a fachada da conservação da natureza, especialmente, por meio da extensão do sistema de parques nacionais, exaustivamente aplicado na áfrica, a todos os continentes.Não por outra razão, os vice-presidentes fundadores da sociedade, os lordes Milner, Grey, Curzon, Gromer e Minto, foram procônsules imperiais na África e na Índia. Tais propósitos foram explicitados pelo próprio Peter Scott em uma história da organização: “Já que o império, naquele momento, cobria cerca da quarta superfície do globo, foi um bom ponto de partida para a internacionalização do incipiente movimento da conservação da vida silvestre”.
A criação da Uicn, da Unesco e, posteriormente, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), visa à implementação e a complementação dessa estratégia. Recentemente, o Pnuma, a Uicn e o World Ressources Institute, de Washington (EUA), estabeleceram uma estreita colaboração para elaborar a chamada Estratégia Global de Biodiversidade, programa que tem orientado iniciativas semelhantes em diversos países e cujo propósito é menos o de preservar a diversidade biológica do que utilizá-la como instrumento político de dominação.
É necessário enfatizar que, na realidade, a Survival Internacional surgiu como “braço indigenista” do WWF, cuja vice-presidência é atualmente ocupada por Lorde Buxton, membro de uma das famílias oligárquicas de maior “pedigree” do Reino Unido e também presidente da Anti-Slavery Internacional (ASI- Internacional Antiescravista), ONG que, nos últimos tempos tem desempenhado papel crucial nas operações britânicas contra o Brasil.
Fundada em 1787, a ASI se apresenta como mais antiga organização de direitos humanos do mundo, mas, sob o pretexto de combate à escravidão, promove uma série de intervenções supranacionais contra os Estados Nacionais visados. No Brasil, a ASI tem mostrado inusitado interesse em promover certas lideranças do Movimento dos Sem-Terra. Em 1992, outorgou sua medalha anual ao padre Ricardo Rezende, representante da Comissão Pastoral da Terra, braço da Teologia da Libertação marxista.
Outra fonte de recursos financeiros para a Survival Internacional foi o irmão de Edward Goldschmidt, o financista James Goldschmidt, que, juntamente com os seus primos da família Rothschild, é um dos principais patrocinadores do movimento ambientalista internacional.
No período transcorrido desde a fundação da Survival Internacional até a promulgação do secreto do presidente Fernando Collor de Mello determinando a criação da reserva ianomâmi, em 15 de novembro de 1991, podemos distinguir três fase da campanha. A primeira de “reconhecimento do terreno”, com as expedições citadas e sucessivas viagens dos diretores das entidades à região (Hanbury-Tenison, Hemmings e Huxley). Esta fase durou até 1976, quando a equipe da Survival Internacional, encabeçada por Kenneth Taylor e pelo antropólogo francês Bruce Albert, foi expulsa do país pelo governo federal.
A partir de então, a Survival Internacional mudou de estratégia, “nacionalizando” a campanha. Para este propósito, em 1978, Bruce Albert participou da criação da Comissão para a Criação do Parque Ianomami (CCPY), que começou a atuar como a conexão brasileira do lobby oligárquico britânico, convertendo-se em principal propagandista frente ao Governo, ao Congresso e a grupos privados brasileiros. Simultaneamente, iniciou a montagem de um aparato internacional de pressão contra o Brasil.
Fregapani dedica um capítulo sobre os riscos para a integridade territorial do país. Ali, ele transcreve do Executive Intelligence Review, no qual é descrito como a oligarquia inglesa criou a Reserva Ianomami, em Roraima. Confira abaixo, o trecho do livro:
“Para levar adiante a campanha pela reserva ianomâmi, a oligarquia britânica fundou, em 1969, a organização não governamental (ONG) Survival Internacional, cujos documentos explicitam que “a criação do Parque Ianomami tem sido e será sempre objetivo individual mais importante das campanhas da Survival”. A criação da entidade resultou diretamente das expedições de Hanbury-Tenison e de seu colega Kenneth Taylor, que, em 1968, iniciou demorado trabalho de campo junto aos ianomâmis, sendo um dos autores do primeiro projeto do Parque Ianomami.
A fundação da Survival Internacional foi decidida em uma série de reuniões ocorridas no verão de 1969, no apartamento de Hanbury-Tenison, em Londres. Além dele, os fundadores da entidade foram: Kenneth Taylor; John Hemmings, diretor da Real Sociedade Geográfica Britânica; os antropólogos Audrey Colson, James Woodburn, Nicolas Guppy e Francis Huxley; o ecologista Edward Goldsmith, que logo depois fundaria a revista The Ecologist; e o cineasta Adrian Cowell, que mais tarde se tornaria célebre por seus filmes sobre a “devastação da Amazônia”.
Vale ressaltar que a Real Sociedade Geográfica constitui uma das principais organizações do establishment britânico. Em sua diretoria sempre figuram personalidades que representam a nata do aparato de inteligência da colônia da Grã-Bretanha. Entre outros os que a ocuparam nas últimas décadas, podem-se citar, por exemplo: Julian Huxley, criador da Unesco, da União Internacional para a Conservação da Natureza (Uicn) e do Wold Wildlife Fund (WWF); Lorde Solly Zuckerman, principal assessor científico e atual diretor do WWF no Reino Unido. Michael Huxley, primo de Julian Huxley, foi o fundador da revista oficial da entidade.
Os recursos financeiros necessários para a fundação e as primeiras operações da Survival Internacional foram fornecidos, particularmente, pelo WWF, na figura do seu presidente, Sir Peter Scott, que, naquele momento, dirigia outra instituição-chave do aparato geopolítico da oligarquia britânica, a Sociedade Para a Preservação da Fauna e da Flora, cujo objetivo era a preservação dos privilégios imperiais britânicos sob a fachada da conservação da natureza, especialmente, por meio da extensão do sistema de parques nacionais, exaustivamente aplicado na áfrica, a todos os continentes.Não por outra razão, os vice-presidentes fundadores da sociedade, os lordes Milner, Grey, Curzon, Gromer e Minto, foram procônsules imperiais na África e na Índia. Tais propósitos foram explicitados pelo próprio Peter Scott em uma história da organização: “Já que o império, naquele momento, cobria cerca da quarta superfície do globo, foi um bom ponto de partida para a internacionalização do incipiente movimento da conservação da vida silvestre”.
A criação da Uicn, da Unesco e, posteriormente, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), visa à implementação e a complementação dessa estratégia. Recentemente, o Pnuma, a Uicn e o World Ressources Institute, de Washington (EUA), estabeleceram uma estreita colaboração para elaborar a chamada Estratégia Global de Biodiversidade, programa que tem orientado iniciativas semelhantes em diversos países e cujo propósito é menos o de preservar a diversidade biológica do que utilizá-la como instrumento político de dominação.
É necessário enfatizar que, na realidade, a Survival Internacional surgiu como “braço indigenista” do WWF, cuja vice-presidência é atualmente ocupada por Lorde Buxton, membro de uma das famílias oligárquicas de maior “pedigree” do Reino Unido e também presidente da Anti-Slavery Internacional (ASI- Internacional Antiescravista), ONG que, nos últimos tempos tem desempenhado papel crucial nas operações britânicas contra o Brasil.
Fundada em 1787, a ASI se apresenta como mais antiga organização de direitos humanos do mundo, mas, sob o pretexto de combate à escravidão, promove uma série de intervenções supranacionais contra os Estados Nacionais visados. No Brasil, a ASI tem mostrado inusitado interesse em promover certas lideranças do Movimento dos Sem-Terra. Em 1992, outorgou sua medalha anual ao padre Ricardo Rezende, representante da Comissão Pastoral da Terra, braço da Teologia da Libertação marxista.
Outra fonte de recursos financeiros para a Survival Internacional foi o irmão de Edward Goldschmidt, o financista James Goldschmidt, que, juntamente com os seus primos da família Rothschild, é um dos principais patrocinadores do movimento ambientalista internacional.
No período transcorrido desde a fundação da Survival Internacional até a promulgação do secreto do presidente Fernando Collor de Mello determinando a criação da reserva ianomâmi, em 15 de novembro de 1991, podemos distinguir três fase da campanha. A primeira de “reconhecimento do terreno”, com as expedições citadas e sucessivas viagens dos diretores das entidades à região (Hanbury-Tenison, Hemmings e Huxley). Esta fase durou até 1976, quando a equipe da Survival Internacional, encabeçada por Kenneth Taylor e pelo antropólogo francês Bruce Albert, foi expulsa do país pelo governo federal.
A partir de então, a Survival Internacional mudou de estratégia, “nacionalizando” a campanha. Para este propósito, em 1978, Bruce Albert participou da criação da Comissão para a Criação do Parque Ianomami (CCPY), que começou a atuar como a conexão brasileira do lobby oligárquico britânico, convertendo-se em principal propagandista frente ao Governo, ao Congresso e a grupos privados brasileiros. Simultaneamente, iniciou a montagem de um aparato internacional de pressão contra o Brasil.
Uma das contribuições da Survival Internacional para isto foi o lançamento dos chamados “Boletins de Ação Urgente”, publicações destinadas a um público selecionado. A campanha de pressões inclui ações legais contra o Brasil no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Esta etapa culminou com êxito em 1985, com o projeto de lei elaborado pelo falecido senador Severo Gomes em favor do estabelecimento do Parque Ianomami.”
Para adquirir o livro Amazônia — A grande cobiça internacional, de Gélio Fregapani, clique aqui.
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