sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Lugo favorece brasiguaios e revolta camponeses

Depois do anúncio do governo paraguaio de que a maior parte das terras de brasileiros no distrito de Lima, Departamento (Estado) de San Pedro, são legais, camponeses sem-terra, revoltados, voltaram ontem a protestar com violência, tomando dois policiais como reféns e ameaçando queimar propriedades dos brasiguaios.

Os ataques aconteceram depois que o Instituto de Desenvolvimento Rural e da Terra (Indert) afirmou que apenas 52 dos 500 hectares de terras pertencentes a agricultores brasileiros em Lima são ilegais e, portanto, estão sujeitas a reforma agrária.

O Indert fez a ressalva, entretanto, de que ainda falta verificar a legalidade de milhares de hectares de terras em outras zonas do departamento.

"Nós não só vamos incendiar a qualquer momento os armazéns (de soja) como também manteremos outras ações até expulsar definitivamente do país os invasores brasileiros", disse o dirigente da Frente Patriótica Popular, Antonio Cabrera

Para ele, "o informe do Indert é uma vergonha porque só defende os interesses de estrangeiros que começaram a invadir o Paraguai, contaminando o meio ambiente".

A laudo técnico do governo paraguaio favorável aos brasileiros foi feito na mesma semana em que o presidente paraguaio, Fernando Lugo, disse que garantiria que nenhum colono brasileiro que tivesse terras legalizadas seria expulso do país.

As ameaças contra brasiguaios se intensificaram há duas semanas, quando foi rompida uma trégua de 15 dias entre os sem-terra e Fernando Lugo, eleito com a promessa de fazer uma ampla reforma agrária.

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