quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Usina que levou a expulsão da Odebrecht vai voltar a operar

FABIANO MAISONNAVE

ENVIADO ESPECIAL A QUITO

 

Pomo da discórdia entre Equador e Odebrecht, a usina de San Franciso, parada desde 6 de junho, voltará a operar até amanhã, garantiu Italo Centanaro, presidente da Hidropastaza, estatal controladora da hidrelétrica.

"Foram feitas as reparações para a usina funcionar bem todo este ano. Ainda faltam algumas reparações para dar à usina vida útil por 50 anos, mas serão realizadas entre junho e setembro do ano que vem", disse Centanaro à Folha.

Quando voltar a operar, San Francisco gerará diariamente 212 MW de sua capacidade total de 230 MW. A usina é a segunda maior do Equador e produz 12% da energia elétrica do país.

Segundo Centanaro, há cinco funcionários equatorianos da Odebrecht acompanhando a volta das operações. A construtora brasileira assumiu o custo do conserto, estimado em cerca de US$ 25 milhões.

O governo calcula que teve um prejuízo de US$ 196 mil por cada dia em que a usina não funcionou e exige uma indenização por lucro cessante da Odebrecht. A empresa não aceitou pagar, mas propôs fazer um depósito de garantia de US$ 43,8 milhões e a contratação de uma auditoria internacional para apurar as responsabilidades sobre os problemas na hidrelétrica. O governo, a princípio, rechaçou a proposta.

O impasse nas negociações sobre o conserto da usina levou o presidente Rafael Correa a rescindir os outros quatro contratos da Odebrecht no Equador, decisão ratificada por decreto publicado anteontem. Quatro diretores da empresa estão proibidos de entrar no país.

 

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