Dmitri Medvedev segue amanhã do Rio para Caracas, onde ele e o presidente da Venezuela, Hugo Cháves, acompanharão a primeira manobra conjunta entre as marinhas dos dois países. O cruzador de batalha Pedro, o Grande — o maior do mundo em sua categoria, movido a energia nuclear e armado com 284 mísseis — e o destróier anti-submarino Almirante Chabanenko zarparam de Murmansk e percorreram 15 mil milhas náuticas antes de chegarem ao porto de La Guaira. Moscou não flexionava seus músculos na América Latina desde o fim da União Soviética e da Guerra Fria, que determinou o desmonte das bases militares em Cuba.
Caracas se consolidou como o grande mercado para as armas russas na América do Sul. Apenas neste ano, o país adquiriu 10 baterias de mísseis antiaéreos TOR M-1, ao preço de US$ 100 milhões; um número não determinado de mísseis antiaéreos portáteis Igla (lançáveis do ombro) e 10 helicópteros de ataque Mi-28, os mais potentes em operação na região, por um custo estimado em US$ 200 milhões. Além disso, o presidente Chávez assinou a opção para adquirir 40 caças — 24 Sukhoi Su30MKV e 16 Sukhoi Su35BM, que reúne a melhor tecnologia do arsenal de Moscou.
O governo venezuelano abriu-se aos fornecedores russos em 2004, depois que o governo dos Estados Unidos, adversário de Chávez, decretou um embargo. Na primeira compra, em 2004, gastou cercac de US$ 3,4 bilhões. O pacote incluía 24 caças Sukhoi Su-30MK2V (US$ 1,2 bilhões, com armas); 16 baterias de mísseis TOR M-1; 50 helicópteros Mi-35, de ataque; 50 Mi-171 e Mi-26 (os maiores do mundo, com capacidade de 20t), de transporte. Os Su-30MK2V são os mais sofisticados aparelhos da América Latina, com mísseis antinavios com 120km de alcance — o dobro dos Exocet (franceses) usados pela Argentina nas Malvinas. No segundo contrato, assinado no fim do ano passado, foram adquiridos 10 cargueiros russos Ilyushin Il-76 e dois Il-78 (US$ 600 milhões) para reabastecimento em vôo. Para a Marinha, Chávez negocia a aquisição de três submarinos da Classe Kilo que estavam na reserva. Modernizados, custarão US$ 1,2 bilhão. (PPR)
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