BRASÍLIA - Os índios brasileiros precisam ter mais controle sobre suas comunidades, disse um relator de direitos humanos da ONU nesta segunda-feira, enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) prepara sua decisão sobre a polêmica demarcação da terra indígena Raposa-Serra do Sol, em Roraima.
James Anaya, relator especial de direitos indígenas da ONU, disse que a Constituição brasileira é uma das mais avançadas do mundo nesse campo, mas que o governo ainda precisa se empenhar mais em permitir, na prática, a autodeterminação dos povos indígenas.
- Tornou-se evidente para mim que os povos indígenas frequentemente não controlam as próprias decisões que afetam seu cotidiano e suas terras, mesmo quando suas terras foram oficialmente demarcadas e registradas - disse Anaya em entrevista coletiva ao final de uma semana de visita ao país. Há 750 mil indígenas entre os 185 milhões de brasileiros, e suas terras equivalem a 12% do território nacional.
O STF deve decidir nesta quarta-feira sobre um pedido de anulação da demarcação da terra indígena em Roraima, homologada há três anos pelo governo Lula. Latifundiários, madeireiras e mineradoras mantêm atritos freqüentes com índios no Brasil, e alegam que as reservas obstruem o progresso.
No caso de Roraima, a disputa começou em abril, quando a polícia tentou retirar plantadores de arroz da reserva. Os fazendeiros, que se dizem donos da terra, reagiram contratando pistoleiros, bloqueando estradas e explodindo pontes. Dez índios ficaram feridos num confronto em maio, quando um fazendeiro foi preso.
Anaya também condenou as atitudes 'paternalistas' do governo e de ONGs, o que estaria impedindo os índios de estabelecerem suas prioridades e administrarem os programas destinados a beneficiá-los.
- Observei uma escassez e uma falta de uso eficiente de recursos devotados a programas muito necessários para os povos indígenas - disse ele.
James Anaya, relator especial de direitos indígenas da ONU, disse que a Constituição brasileira é uma das mais avançadas do mundo nesse campo, mas que o governo ainda precisa se empenhar mais em permitir, na prática, a autodeterminação dos povos indígenas.
- Tornou-se evidente para mim que os povos indígenas frequentemente não controlam as próprias decisões que afetam seu cotidiano e suas terras, mesmo quando suas terras foram oficialmente demarcadas e registradas - disse Anaya em entrevista coletiva ao final de uma semana de visita ao país. Há 750 mil indígenas entre os 185 milhões de brasileiros, e suas terras equivalem a 12% do território nacional.
O STF deve decidir nesta quarta-feira sobre um pedido de anulação da demarcação da terra indígena em Roraima, homologada há três anos pelo governo Lula. Latifundiários, madeireiras e mineradoras mantêm atritos freqüentes com índios no Brasil, e alegam que as reservas obstruem o progresso.
No caso de Roraima, a disputa começou em abril, quando a polícia tentou retirar plantadores de arroz da reserva. Os fazendeiros, que se dizem donos da terra, reagiram contratando pistoleiros, bloqueando estradas e explodindo pontes. Dez índios ficaram feridos num confronto em maio, quando um fazendeiro foi preso.
Anaya também condenou as atitudes 'paternalistas' do governo e de ONGs, o que estaria impedindo os índios de estabelecerem suas prioridades e administrarem os programas destinados a beneficiá-los.
- Observei uma escassez e uma falta de uso eficiente de recursos devotados a programas muito necessários para os povos indígenas - disse ele.
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