São Paulo - O relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Indígenas, James Anaya, sobrevoou ontem três aldeias e as fazendas de arroz localizadas no interior da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima. Depois ele se reuniu com os índios no Distrito do Surumu - o coração dos conflitos envolvendo a posse da terra entre índios e não-índios naquela área, situada a 190 quilômetros de Boa Vista. A visita, que prossegue amanhã, acontece a uma semana do julgamento da questão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), previsto para quarta-feira. Anaya desembarcou no Surumu perto do meio-dia, em um avião Caravan, alugado pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Foi recebido por cerca de 700 índios ligados ao Conselho Indígena de Roraima (CIR), que lidera o movimento pela expulsão dos não-índios da área. O encontro, fechado para os jornalistas, ocorreu entre os escombros de um alojamento e de uma igreja, incendiados em 2005. Anaya teria recebido um relatório detalhado da violência sofrida pelos índios nos últimos anos. No almoço, o relator da ONU comeu damorida, um ensopado de carne, muito apimentado, e tomou caxiri, bebida alcoólica feita com a fermentação da mandioca, especialidades da culinária macuxi. O relator chegou a Roraima na madrugada de ontem, acompanhado por assessores e por Tarien Lesser, do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU, em Genebra. O objetivo de sua visita é conhecer a situação dos povos indígenas brasileiros e elaborar um relatório ,que será apresentado em dezembro. Hoje o relator deve visitar a reserva ianomâmi, também no Estado de Roraima. Amanhã visitará uma uapixana, a 50 quilômetros de Boa Vista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (AE)
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