segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Procurador diz que demarcação da Raposa Serra do Sol baseia-se em laudo "viciado"

Brasília - Sob vaias de parte da platéia presente ao seminário promovido pelo Ministério da Justiça para debater a situação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, o procurador-geral do estado de Roraima, Régis Jereissati, disse hoje (4) que a demarcação da área foi feita com base em laudo antropológico “viciado”.
Segundo o procurador, apenas uma das quatro etnias existentes na área, a macuxi, foi consultada, municípios afetados não foram ouvidos e profissionais citados no laudo não tinham atribuições comprovadas. “A demarcação contínua, se for mantida, vai provocar êxodo rural de indígenas para a periferia de Boa Vista [capital do estado], aumentar o conflito entre etnias e isolar índios antes integrados à sociedade”, afirmou Jereissati.
O procurador também destacou a importância das plantações de arroz existentes na Raposa Serra do Sol para a economia do estado. De acordo com Jereissati, essas áreas de cultivo representam apenas 4% da área demarcada e renderam, somente em julho do ano passado, R$ 106 milhões.
A constitucionalidade da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol em área contínua irá a julgamento no próximo dia 27, no Supremo Tribunal Federal.

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