segunda-feira, 4 de agosto de 2008

CIR rebate alegações de que demarcação em área continua criaria vazios demográficos

Brasília - O coordenador do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Jacir José de Souza, classificou hoje (4) de “mentirosas” as alegações de que haveria grandes vazios demográficos com a demarcação em área contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol.
Na área, de 1,7 milhão de hectares, vivem aproximadamente 20 mil índios que, segundo Jacir, trabalham a terra de forma diferenciada. “Temos respeito aos rios, cachoeiras e lugares para a caça e a pesca. Sabemos viver em contato com a natureza e, quando dizem que há espaços vazios, não é verdade.”
O líder macuxi também ressaltou que a presença de produtores de arroz e garimpeiros brancos naquela área já resultou em uma série de agressões às comunidades tradicionais. “Perdemos 21 lideranças mortas a bala durante 35 anos de luta e nunca matamos nenhum branco. Nós não fomos invadir outro estado, e lá dentro ninguém respeita a gente.”
Segundo Jacir, os índios têm na Raposa Serra do Sol pelo menos 35 mil cabeças de gado, além de plantações de arroz, feijão, milho e mandioca. Ele disse que, com a ocupação da área contínua, seria possível aumentar essa atividade produtiva. O líder macuxi está em Brasília participando de um seminário promovido pelo Ministério da Justiça para debater a situação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol.

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